![]() |
|
![]() |
A língua de areia que forma a península é, nalguns pontos,
tão estreita que permite ver de um lado o estuário, do outro o oceano.
Faz lembrar a fragilidade do sistema dunar, cuja estabilidade se encontra
ameaçada pela construção desenfreada de empreendimentos urbanísticos.
Uma parte das dunas constitue reserva botânica integrada na Reserva Ecológia Nacional. De entre as principais espécies, essenciais para a fixação do sistema dunar, destacam-se a Anagallis monelli (variedade troiana), a Dianthus broteri, a Santolina impressa, o Thymus carnosus e a Armeria pungens. Ao abandono encontram-se as ruínas romanas de Troia. O acesso faz-se por um caminho em terra batida, do lado esquerdo da estrada, para quem vai para sul. Se tiver coragem de fazer esta curta incursão, verá o que resta de um importante complexo de salga de peixe (garum), que funcionou entre os séc. I e IV dc. O garum era uma conserva muito apreciada no Mediterrâneo, composta por peixe, ovas, sangue, caranguejos pisados, ostras e outros moluscos, tudo macerado em sal; à pasta assim obtida adicionavam-se molhos especiais. O garum era exportado em ânforas, fabricadas igualmente na região do estuário do Sado. Retoma-se a estrada, em direcção
à Comporta. |