|
As marés influenciam profundamente a vida na zona de costa no sudoeste português. Quando as águas recuam, expõem piscinas naturais de fundo arenoso ou rochoso, esteiros de areia, rochas até então cobertas pelo mar, deixando ver algas, crustáceos, moluscos, pequenos peixes, atraindo pássaros e pessoas, que na maré baixa mariscam. Na maré cheia, pouco espaço fica para as actividades humanas, pois o mar chega aos depósitos de calhau rolado ou mesmo à própria falésia. Mas o que causa o fenómeno das marés? Fenómeno conhecido desde a Antiguidade, apenas a formulação da teoria da gravidade universal, por Isaac Newton, veio trazer luz sobre o complexo jogo de forças gravitacionais e centrífugas que se desenrola entre o Sol, a Terra e a Lua, de forma a provocar esse movimento cíclico nos mares do nosso planeta. Os astros exercem uns sobre os outros forças de atracção gravitacional, que aumenta com a massa do corpo que atrai e diminui com o quadrado da distância entre este e o corpo que é atraído. Assim, a Lua e o Sol atraem a Terra e vice-versa. Por outro lado, a esta força de atracção gravitacional se associa uma outra: a força centrífuga do movimento de translação do centro da Terra em torno dos centros de massa dos sistemas Terra-Lua e Terra-Sol. Esse conjunto de forças actua sobre a massa líquida do planeta, criando enchentes numa região (maré-cheia ou preia-mar), vazantes noutra (maré baixa) e correntes de maré entre elas, num sistema de vasos comunicantes. Ver video Convém distinguir o peso relativo dos astros intervenientes neste jogo: apesar da imensa massa do Sol (27 milhões de vezes maior que a da Lua), devido à sua distância, é a Lua, muito mais próximo da Terra, que exerce maior influência na criação do efeito de maré. A influência da Lua é cerca do dobro que a influência do Sol. Assim, as regiões mais perto e mais afastada da Lua têm marés cheia e vazia, respectivamente. Ou seja, num dado momento, há sempre duas marés na Terra. As marés não sobem e descem todos os dias à mesma hora, porque obedecem ao dia Lunar, que é cerca de 48 minutos mais longo que o dia solar. Ou seja, diariamente as marés alta e baixa "atrasam-se", pelo nosso relógio, cerca de três quartos de hora. Marés Vivas (abre nova janela) |
||