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Maré cheia. O mar cobre as praias naturais do Sudoeste Alentejano e a Costa Vicentina. Das ondas sobressaem, junto à linha de costa, pináculos de rocha negra, quais pontas de icebergues. Junto das falésias, torres de pedra (os "palheirões") albergam uma singularidade em todo o mundo: cegonhas brancas que nidificam com o mar à volta. Nas enseadas de calhau e areia, outras aves procuram alimento. Quando a maré baixa, deixa expostas poças entre as rochas, do tamanho de um aquário, umas, autênticas piscinas olímpicas, outras.Umas ficam isoladas do mar menos tempo que outras. Todas pululam de vida, temporariamente aprisionada ou voluntariamente desfrutando de condições excepcionais para a maternidade e o crescimento. Cada vaivém da maré deixa a descoberto novos seres, novas formas, novas cores. A areia é outro elemento fundamental na dinâmica das poças de maré: depositada ou arrastada pelas ondas, pode encontrar-se apenas nos fundos, ou pelo contrário, cobrir, temporariamente, as poças de maré. Mexilhões, cracas, ouriços-do-mar, perceves, pequenos camarões, anémonas, estrelas-do-mar, burgaus, são alguns dos habitantes característicos das poças-de-maré. Todavia, têm zonas de habitat que derivam, precisamente, da diferenciação ambiental (quantidade de água, temperatura, salinidade, etc). Alheios a estes "pormenores" de cientistas, os pescadores e mariscadores conhecem bem os recantos postos a descoberto na maré baixa e as espécies que ali habitam. |
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