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Faróis

Farol do Cabo Sardão


A instalação de um farol no Cabo Sardão fazia parte das propostas incluídas no projecto de Pereira da Silva, que em 1866 elaborou o mais antigo plano de farolagem. O Plano Geral de Alumiamento e Balizagem aprovado em 1883 propunha a instalação no Cabo Sardão de um farol de 2ª ordem, de luz distribuída em grupos de 2 clarões, sendo um branco e outro vermelho, correspondendo-lhe os alcances luminosos de 24 milhas em estado médio e 11 milhas em estado médio e 11 milhas em estado brumoso.
De facto, o farol não chegaria a ser edificado a não ser depois da entrada em funcionamento da Comissão nomeada em 1902, que propunha para este farol:

"(...) a comissão propõe para o Cabo Sardão, um aparelho de 3ª ordem, modelo pequeno, mostrando clarões brancos equidistantes de dez em dez segundos, com alcances de treze milhas e quarenta e um centésimos, vinte e nove milhas e oitenta e sete centésimos e sessenta e quatro milhas e vinte e três centésimos, respectivamente em tempo brumoso, médio e claro (...)".

Na memória descritiva e justificativa, datada de 8 de Março de 1912 podia ler-se:
"(...) O local escolhido é junto à pyramide Cavaleiro com a cota de 60 m e as coordenadas 28004,91 distancia à meridiana, 113713,96 distancia à perpendicular.
Segundo o projecto a altura é de 8m,80 e a altura do plano focal acima da base de apparelho é de 2m,80. o que dá 71m,60 para altitude do plano focal.
O alcance geographico correspondente a esta altitude, para o observador colocado a 12 m acima do nível do mar, é igual a 24 milhas. Este alcance é mais que suficiente para o cruzamento com as luzes do Cabo de S. Vicente e de Sines, ficando por isso muito bem illuminada esta parte da costa que virá a melhorar ainda com a substituição do apparelho luminoso se Sines por outro de maior alcance, como está projectado.
A torre fica livre do edifício ao qual é ligada por um corredor, é de secção quadrada exteriormente e de secção interior circular com o diâmetro de 3 metros.
O acesso à camara de serviço é feito por uma escada helicoidal d'um só lanço inscripta no cylindro inferior. (...) O paramento exterior e a superfície interior são forrados a azulejo. A disposição do edifício e anexos (...) compõe-se de um só pavimento com 4 habitações, independentes para 4 faroleiros, casas para arrecadação, depósito de petroleo e para o archivo, e uma dependência com quarto e retrete para o oficial de inspecção.
Os pavimentos serão de madeira nas casas de habitação, marmore preto e branco no vestíbulo, mozaico nas cozinhas, retretes, dispensas e corredores e betonilha no depósito de petroleo e arrecadação. As coberturas serão de telha progresso aramada (...).
"

Finalmente, a 7 de Março de 1915 é emitido o Aviso aos Navegantes nº2, que anuncia a entrada em funcionamento do farol do Cavaleiro:

"Estabelecimento e funcionamento da luz do farol do Cabo Sardão.

A partir de 15 d'Abril do corrente , começará a funccionar a luz do farol, situado na ponta do Cavaleiro ou Cabo Sardão.
O aparelho iluminante, que é de 3ª ordem, môdelo grande, está montado sobre uma tôrre quadrada, de cantaria e azulejo branco, com 8m,90 d'altura, a qual fica situada a meio das habitações dos faroleiros.
A luz é branca, de grupos de três clarões de 15 em 15 segundos, com um alcance luminoso de 29 milhas, n'um estado de transparência média da atmosfera e iluminando todo o horizonte marítimo(...)"

A 1 de Julho de 1915, a rotação do farol seria modificada, passando a dar grupos de três clarões de 15 em 15 segundos.
Electrificado em 1950, pela montagem de grupos electrogéneos, a fonte luminosa passou a ser uma lâmpada de incadescência eléctrica de 3000 watts, alimentada a 100 volts, corrente contínua, o que teoricamente lhe aumentou o alcance luminoso para 42 milhas.
Em 1948 foi ligado à rede pública de distribuição de energia eléctrica, passando então a funcionar com uma lâmpada de 1000 watts de halogéneos metálicos, que lhe garante um alcance luminoso da ordem das 23 milhas, emitindo grupos de três relâmpagos brancos com um período de 15 segundos.

Fonte: Direcção de Faróis


 

   


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