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Faróis

Farol de São Vicente

Consta que em 1520 existia já uma luz, "um pequeno Pharol naturalmente muito rudimentar, em uma torre especial do convento da primeira capucha de S. Francisco, que o bispo do Algarve, D. Francisco Coutinho, fundara no Cabo de S. Vicente".

Em 1587, porém, o corsário Francis Drake atacou o convento com tal violência, arrasando a torre, que até 1606 esteve apagado, apenas nessa data vindo a ser ordenada a reconstrução da torre por Filipe II de Portugal e III de Espanha.

O actual farol de D. Fernando, no Cabo de S. Vicente, que àquele sucedeu no mesmo local, data de 1846. De facto, uma lápida existente no edifício reza o seguinte: "Este farol foi mandado construir por ordem da Snra. D. Maria II sendo Dir. dos faróis do Reino o Brigadeiro Gen. A.C.C.P. Furtado em Out. De 1846".

Inicialmente a luz do farol era "branca de rotação completa apresentando eclipses de 2 minutos e clarões de 2 segundos nos intervalos, fornecidos por 16 candieiros do Dr. Argand com reflectores parabólicos de cobre galvanizado a prata (...). A iluminação é de azeite, em geral de má qualidade, o que obriga os pharoleiros a espevitar os candieiros 4 vezes durante a noite."

Ao que parece, ter-se-á mantido num certo abandono durante muito tempo. Sabe-se que em 1865 se encontrava numa situação deplorável: "...no edifício entra a água da chuva por toda a parte (...) a varanda de ferro em roda da lanterna e os gatos que prendem a cantaria, acha-se tudo oxydado e carcomido (...) Na lanterna contei setenta vidros partidos (...) os reflectores dos candieiros acham-se mal limpos (...). Enfim, tudo ali se conspira contra o efeito que devia produzir a iluminação deste pharol, a que na primitiva se dava 30 milhas de alcance, quando hoje não offerece mais do que 16 milhas e bem pouco esplendor no intervalo dos eclipses".

Em 25 de Março de 1908, após a elevação da torre em mais 5,70 metros, foi finalmente instalado um aparelho lenticular de Fresnel hiper-radiante (1 330 mm de distância focal), que é actualmente o maior existente nos faróis portugueses, passando o sistema iluminante a ser constituído por um candeeiro de cinco torcidas, modelo de 1889, de nível constante.

Conforme reza o Aviso aos Navegantes competente, a luz era de clarões brancos sucessivos de 5 em 5 segundos, rotação em 15 segundos, e o alcance luminoso rondava as 33 milhas.
Em 1914 foi instalado o primeiro sinal sonoro de nevoeiro.
A partir de 1926, o farol começou a funcionar a energia eléctrica, por meio de grupos electrogéneos.
Dotado de painéis aeromarítimos em 1947 (uma exigência da navegação aérea que se desenvolvera no período do conflito mundial), foi electrificado por ligação à rede de distribuição de energia em 1948, sendo-lhe instalado em 1949 um radiofarol.

Em 1982 o equipamento foi dotado de diversos automatismos e a partir de então o farol passou a controlar à distância o farol de Sagres. O farol do Cabo de S. Vicente tem uma guarnição de 7 faroleiros, que garantem a assistência ao farol propriamente dito e aos assinalamentos da área de Sagres.

Fonte: Direcção de Faróis


 

   


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