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Parque
Natural Uma geologia ímpar A linha de costa apresenta, na sua parte ocidental (Odeceixe-São Vicente), uma predominância do elemento rochoso sob a forma de arribas altas, recortadas e escarpadas de xistos, quartzitos e grauvaques, de cor escura, sobre as quais se desenrola um lento processo de erosão e modelação marinha. A sua cor é escura, com uma estrutura em geral muito dobrada e com muitas falhas, formados há cerca de 300 milhões de anos, no final do Paleozóico - quando as placas da crosta terrestre sofreram grandes fracturas, separações e choques, que provocaram a elevação de grandes cordilheiras. Dobra
no "flysch" do Carbónico - Costa SW Alentejana. A zona virada a Sul, situada entre o Cabo de S. Vicente e Burgau é constituída principalmente por calcários, calcários margosos e margas de tons amarelados ou acizentados e arenitos de coloração alaranjada. A sua formação é mais recente, datando do Mesozóico ou Cenozóico - últimos 200 milhões de anos em que se completaram os movimentos das placas tectóncias que deram lugar á actual distribuição dos continentes. Discordância
entre o Triásico e o Carbónico - Ponta do Telheiro. Sagres - Algarve. Paulo Fonseca, em "Costa Sudoeste" (p.23), faz a síntese dos tempos geológicos: "Todas estas arribas apresentam na sua parte superior uma grande aplanação devido à acção abrasiva do mar que submergiu esta zona há cerca de dois milhões de anos, no final da Era Cenezóica. Com a regressão marinha posterior toda esta área ficou a descoberto sendo um território extremamente jovem em termos morfológicos".
Falésias e mais falésias "Junto
à base das falésias encontramos geralmente depósitos de materiais
de dimensões e peso apreciáveis - os calhaus rolados. Nestes locais
não é raro verem-se bandos de ostraceiro e a rola-do-mar. De quando
em quando, o alcantilado é interrompido por pequenas zonas arenosas
frequentemente associadas à foz de cursos de água de importância secundária.
Um caso típico é o da Praia da Amoreira no contacto da Ribeira de
Aljezur com o mar. Aqui podemos apreciar uma bela praia encaixada
entre falésias e, por detrás dela, ladeando a ribeira, expressivas
formações dunares de carácter embrionário sujeitas à salsugem, onde
pontua o estorno, indicando a presença de substracto móvel. A
ribeira de Bordeira (Carrapateira) é também um pequeno curso de água
com saída para o mar. Ao contrário da ribeira de Aljezur, constitui
um micro-sistema estuarino de configuração muito instável. Na sua
vizinhança, em formações do mesozóico, existe uma estrutura recifal
fóssil de grande valor paleontológico (...) Sobre a falésia, notam-se
vários tipos de pequenos ambientes, desde cascalheiras (antigas praias
quaternárias), até campos de fósseis vegetais, passando por estruturas
dunares sobre arribas (os medos). Estas últimas adquirem significativa
expressão nos medos da Carrapateira, onde, junto aos matos de camarinheira,
ocorrem sistemas arenosos muito móveis com um coberto dominado pelo
estorno, por plantas dos géneros Silene e Linaria e pela família das
compostas, distribuídas de forma irregular em locais muito fustigados
pelo vento. Nesta zona, as arribas são de natureza sedimentar e, em
consequência, mais rapidamente erodidas." Adapt
PENA, Pires e CABRAL, José, Roteiros da Natureza - Região Algarve
+ FONSECA, Paulo, in Costa Sudoeste-Macrofauna Marinha |
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