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Parque Natural

Ocupação humana e cultura

O povoamento humano desta região filia-se no Paleolítico, altura em que os recursos marinhos conquistam um papel de relevo no padrão alimentar das comunidades humanas, facto testemunhado pela herança encontrada nas estações arqueológicas da Pedra do Patacho e Palheiros do Alegra. As jazidas da Praia do Castelejo, Samouqueira e Vale Marim indiciam a existência de sociedades de caçadores-recolectores que durante o período Mesolítico foram o sistema de comunidade dominante, alimentando-se de moluscos, peixe e grandes mamíferos. Ao longo de toda a costa, datados dessa época, encontram-se concheiros - restos de conchas de moluscos marinhos e estuarinos cozinhados pelas populações. A agricultura e a pecuária surgem já no Neolítico e ter-se-ão intensificado na Idade do Bronze. Vestígios da romanização apontam para uma temporária supremacia das pescas e respectivas indústrias na actividade humana, a par da exploração do sal e dos recursos minerais. Através da toponímia local reconhecemos hoje o domínio árabe, que legou à região nomes como Aljezur, Odemira, Odeceixe e Almadena.

A presença do mar manteve-se determinantemente durante a Idade Média. Nesse período, de que restam várias fortificações costeiras - fortes do Pessegueiro, Vila Nova de Milfontes, Aljezur e S. Vicente - ocorreu um expressivo movimento de comércio marítimo baseado, curiosamente, em três portos interiores servidos por canais fluviais: Odemira, Aljezur e Odeceixe. No entanto, à excepção da zona de Sines, a região nunca constituiu forte atractivo para a fixação humana, tendo revelado sempre baixa densidade populacional, mais em sistema de disseminação do que apoiado em centros urbanos. No Parque Natural escasseiam as grandes construções com peso histórico e relevo arquitectónico, excepção para algumas igrejas, ermidas e castelos, sendo as fortalezas militares de Porto Côvo e Mil Fontes dos raros edifícios em pedra. A arquitectura popular cinge-se aos edifícios de habitação, construídos nos materiais fornecidos pelo meio: tradicionalmente, o barro é o material por excelência, usado cru na taipa e no adobe ou cozido para tijolo e telha. As paredes de taipa caiada foram um processo de construção adaptado ao clima e aos recursos disponíveis, caracterizando modestamente a paisagem no seu conjunto de habitações de piso único com fornos de cozimento e amplas chaminés, embelezadas, na parte alentejana, pela barra azul nas portas e janelas, ausentes nos montes vicentinos.

A população residente do Parque Natural distribui-se por apenas onze aglomerados urbanos, e tem como actividades principais a agricultura intensiva, a pecuária e o turismo. A apanha do percebe e da navalheira são actividades que adquirem relevante significado económico. Porém, a par da pesca do sargo, a dimensão das capturas desenfreadas atinge já tal volume que coloca em perigo a capacidade reprodutora destes recursos. A olaria e a cestaria são ofícios tradicionais do sudoeste alentejano e costa vicentina. A batata-doce de Aljezur encontra-se entre os produtos agrícolas mais apreciados, encontrando-se em fase de classificação de origem denominada. O vinho da região do Rogil é um dos mais apreciados do sul do país, encontrando, curisosamente, paralelo em tininos na ilha madeirense do Porto Santo. Infelizmente, devido às políticas agrícolas, é, hoje, quase uma raridade bem guardada pelos lavradores para os dias festivos.

Em Outubro, nos barrancos e nas serras de Aljezur e Monchique, tem lugar a apanha do medronho, destinado à destilaria artesanal. A aguardente de medronho, pelo elevado preço que atinge (cerca de três mil e quinhentos escudos o litro), é um produto com importância económica relevante. Mas, sobretudo, representa um saber estar com a natureza e com aquilo que ela oferece bravia e generosamente.

João Mariano registou em tons de fumo as destilarias artesanais de Aljezur e os homens que retiram dos alambiques uma "água" perfumada e forte - a aguardente de medronho.

Ver outras fotos de João Mariano, in Alambiques e Alquimistas.

   


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