Papoilas de Aljezur
A natureza é bastante adaptativa e a reprodução das espécies encontra caminhos surpreendentes. Terá sido o que aconteceu em Aljezur,com uma espécie muito particular de papoila.
A Brigada Fiscal da GNR apreendeu cerca de dez mil pés de papoilas de ópio no concelho de Aljezur. Trata-se da maior apreensão deste tipo de droga em Portugal.
A descoberta foi feita na manhã de 27 de Maio por uma patrulha da Brigada Fiscal (BF) da GNR, durante uma operação de rotina, junto à Praia da Amoreira, em Aljezur, noticia o Correio da Manhã.
Cerca de 1,5 toneladas de papoilas foram encontradas numa área de dois hectares, próxima da praia, onde existe vegetação queimada.
“As plantas não pertencem ao ecossistema do Parque Natural e teve que existir mão humana para que elas crescessem” refere Marcelino Silva, comandante do Destacamento Fiscal da GNR de Portimão, em declarações ao Correio da Manhã.
As dez mil papoilas, que se encontravam num terreno ardido em Outubro do ano passado, em zona de encosta e num local recatado, foram identificadas acidentalmente, numa patrulha de rotina. "Felizmente um dos guardas conhecia a planta", afirmou Marcelino Silva. O militar começou por detectar apenas aguns pés de papoila. Quando avançou mais no terreno, deparou com um imenso campo de papoilas opiáceas.
No entanto, o responsável da GNR admite a possibilidade de “ter existido a intervenção do vento para que as sementes tenham sido trazidas de um outro local”.
A questão central é que se trata de uma planta de cultivo ilegal, que poderá ser usada para fazer chá com características alucinogénicas ou, depois de misturada com químicos, pode ser empregue na produção de heroína.
Os testes realizados a este tipo de planta resultaram na identificação semelhante a um estupefaciente opiáceo.
No decorrer da operação não foi feita qualquer detenção e nada indica que “as plantas tenham sido cultivadas a pensar na comercialização em grande escala”, afirma Marcelino Silva.
Aquele responsável seria mais concreto ao DN: "Podemos estar a falar de uma plantação introduzida por alguém para consumo próprio, num pequeno quintal, a 20, 30 ou 40 quilómetros, cujas sementes possam ter sido arrastadas pelo vento".
O produto foi recolhido por uma equipa de 12 elementos do Destacamento Fiscal da GNR de Portimão, com a ajuda de quatro vigilantes do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
28-05-2008
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