Empreendimentos congelados na Costa Vicentina
O Ministério do Ambiente decidiu, finalmente, suspender alguns dos projectos que ameaçavam a Costa Vicentina. Para dar tempo a que a revisão do Plano de Ordenamento do Parque Natural seja concluída. Contudo, os autarcas voltam a defender os chamados "direitos adquiridos", mesmo tratando-se de pura especulação imobiliária e contrários a um bom ordenamento do território.
O ministro do Ambiente explicou que a suspensão da construção de vários empreendimentos em Aljezur e Vila do Bispo aconteceu em concertação com as autarquias. Mas o autarca de Alzejur diz que as obras não serão suspensas e toma o partido dos promotores.
O ministro do Ambiente assegurou que a suspensão de diversos empreendimentos turísticos nos concelhos algarvios de Aljezur e de Vila do Bispo foram decididos após um longo diálogo com as autarquias envolvidas.
«Resolvemos seguir um caminho de regularização das situações e para isso a suspensão do plano e as medidas preventivas permitem trazer racionalidade às decisões e entretanto fazer o novo Plano de Ordenamento do Parque» Natural da Costa Vicentina, explicou Nunes Correia.
Em declarações à TSF, o titular da pasta do Ambiente, que assinalou que esta questão já se arrasta há cerca de três décadas, adiantou ainda que este plano de ordenamento já está em execução e que está a ser feito em «sintonia com as câmaras municipais».
Com este plano, o ministro quer sejam definidas as «regras que vão estar presentes naquele território», regras que não serão um entrave ao desenvolvimento da região nem à criação de postos de trabalho.
Por seu lado, o presidente da câmara de Aljezur garante que as obras nestes empreendimentos não vão ser suspensas e que será sim necessário elaborar um plano para empreendimentos mais antigo, como Vale da Telha e Vila Rosalinda.
Também ouvido pela TSF, Manuel Marreiros explicou que este plano não vai ser fácil de aplicar e que os interesses das pessoas vão ter de ser defendidos, apesar da necessidade de uma reformulação no Vale da Telha.
O autarca confirmou que se vai poder continuar a construir no Vale da Telha durante os próximos dois anos, situação que também vai acontecer no Espartal, onde haverá locais para construção.
«Haverá outro no Vale da Telha onde isso não vai possível não é enquanto estiverem em vigor as medidas preventivas, mas sim enquanto não estiver em vigor o novo plano, que estou convencido que não vai levar dois anos a ser aprovado», concluiu.
Para além destes empreendimentos todos no concelho de Aljezur, as medidas preventivas aprovadas em Concelho de Ministros até estar pronto o plano para a área protegida do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina vão afectar outros sete empreendimentos de Vila do Bispo.
Segundo o Público, Vale da Telha terá de obedecer a um plano de urbanização, Vila Rosalinda será demolida, enquanto que o Espartal terá de reduzir a sua capacidade.
Por seu lado, no concelho de Vila do Bispo, as urbanizações de Acomave, Espargueira e Caminho do Infante não deverão avançar.
Já na urbanização da Quinta da Fortaleza avança só uma parte, ao passo que no empreendimento do Martinhal vai em frente o que já estava previsto.
As medidas preventivas decididas pelo Governo vão ainda afectar as urbanizações de Carriços e Moledos, também no concelho de Vila do Bispo.
18-01-2008
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